terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CIRCO DE ABERRAÇÕES


O Palhaço



O satânico bobo da corte gargalhava e ria, ria, ria... Seu macabro sorriso,  como se não houvesse amanhã ou se soubesse o resultado da loteria.
Sarcástico membro da ordem dos letárgicos, estes que nem sabem o final do jogo.
E comemoram a vitória dos adversários.
Lunático pretoriano dos caminhos da felicidade alheia, esta que não tem dono
Então, toma de assalto e a leva consigo.
Macaco malabarista urbano de sábado à noite, que no trânsito vagueia sem rumo.
Vindo do nada e indo para o ontem.
Párea mameluco semiólogo guardião da insanidade humana, essa peça rara da vida.
Que dela nada leva e nada traz.   
Símbolo da mesma moda mundana que rege os infiéis, que com seus cordões e anéis.
Levitam na massa molecular misógina das mentes.
Mandarim armado de sândalo e finos fios de doces melados, mimos moles e mais.
Sabores divinos e matérias austrais.
Bufão presidencial carregando o poder de gerir nossas risadas, estas que saem sem querer.  Mão na barriga e boca aberta até doer.
Parte do mesmo show que a ditadora lona encerra, misto de etéreo imagético com a.
Verdade absoluta.
Um paradoxo transvestido em cores alegres para esconder a cinza síntese mundana que descreve o homem desde seu início
 Viva a vida sorrindo e morra sozinho em silencio.








O Mágico


O exímio prestidigitador tem as qualidades do ferrabrás, o que não lhe falta em beleza.
Falta-lhe em caráter e remorso
Infiltrado no poder  este  ilusionista audaz usa toda sua arte de falaz corruptor.
Dando-lhe a pseudolegitimidade temporária do enganador
Este manipulador magnata da imagem altera nossa percepção dos reais fatos
Ficando evidentes apenas os ressaltos
Um vendedor carismático de vontades persegue o vento das hastes de vidro torto
Fitando o ledo  lado oposto
No vacilar dos olhos faz sua mágica mundana deixando bêbados os tais bobos
Metidos a espertos e sábios
Com sua atitude desfruta de seriedade e postura de herói barato de revista e novela
Capaz de tudo por glória e fama
O premier da charlatanice tem seguidores e adeptos em seus espetáculos
Marmotas a procura da luz dos outros
Tem a capacidade inata de se mimetizar entre os homens e seus primeiros sonhos
Sendo confundido com benfeitorias
Mesmo vivendo da ilusão mais básica e volátil sabe a verdade da vida
Toda mentira pode ser verdade se quem vê achar que é.   






O Malabarista



Aquele sábio sútil cidadão que está entre nós, mas não é massa de manobra fácil que não se deixa enganar com falsas meias verdades.


É um macaco mestiço de sapo e peixe, salta e pula se equilibra em casos de casa em casa, nem tenta esconder o que é ou não é.
Meio asiático pragmático andando no modo automático sente que se sair da linha o trem da modernidade lhe atropelará.
Cabe a ele fiel detentor das artes do tempo e espaço liderar as posições e equações matemáticas das peças.
O sagaz manipulador dos pinos e das coisas da vida se faz de vitima e cita em seu Epitácio as curvas das ondas de ar.
O mestre manipulador de carbono e ar prevê o futuro e espera no ponto do vértice curvilíneo da posição sumária dos fatos.
Membro dos clãs da irmandade do caos e da tolerância controla o movimento sem perder a sensibilidade de uma criança.
Sai do corpo para vê sua atitude  acertando, corrigindo sua posição,  entendendo os erros, remorsos e pontos críticos.



Sabendo que nada é para sempre não vê o futuro, percebe o futuro e num ato inconsciente de leveza e maestria.

Corrige seus atos, repensa suas atitudes e refaz sua forma e a forma de fazer as coisas. Na segunda partida segue na vida, singela despedida seguida de volta e chegada.

 Numa roda viva da vida onde nenhuma parte é perdida e nenhum problema fica sem solução.


    


 Valdemir Costa


2 comentários:

  1. Oi amigo, to de volta...hehehehe! Consegui encontrar nesses bares da vida, sentada num cantinho, palida e triste, a minha inspiração.
    Tomava um martine, e fumava um cigarro, nos olhos uma tristeza indolente lhe deixava a face vazia. Um barzinho mais ou menos, onde o cantor alcoolizado de olhos vermelhos cantava, Não se váaaaaa!. Quando ela me viu, do canto dos seus labios vi surgir um quase sorriso sabe? Daqueles que querem ,mais não querem sorrir?...Tirei ela dali, pelas mãos, a levei pra ver o mar, pra voar, pra sentir o gosto doce de um beijo e o sabor ardente dos desejos.
    Aquela mulher que antes parecia farrapos voltou a se iluminar, jogou o copo fora, apagou o cigarro e voltou pra mim. Estamos nós duas lá no Meu Aconchego.
    Te espero, por lá tá?
    Bjos achocolatados

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  2. Visite a Exposição o Palhaço no SESC MERITI/RJ - com quadros e o poema homônimo do Poeta Valdemir Costa.

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