terça-feira, 28 de maio de 2024

Uma não ficção brasileira.

 Uma não ficção brasileira.



O filme Ficção Americana usa e abusa de easter eggs americanos e personagens caricatos para passar a ideia do racismo em nossa cultura, e como a sociedade, e até mesmo o próprio negro se vê, de forma estereotipada e restrito aos padrões que a sociedade espera dos negros na sociedade, mesmo hoje tendo vários avanços sociais e políticos. O racismo sistêmico age de forma intrínseca e hereditária na humanidade. Manipula a formação intelectual do ser humano para que ele não perceba os outros tipos de racismos mais contundentes, mais evidentes e mais invasivos praticados pelas pessoas. No filme, o escritor, que também é professor, trabalha as reações inertes perante as atitudes que deveriam ter sido tomadas, inclusive por pessoas negras. A mudança do nome do livro para Fuck é uma atitude similar à minha ao dar o título do meu livro Caralhos, bocetas e bundas. E provavelmente a mesma do autor de A arte de ligar o foda-se. A intenção nessas ações é, além de confrontar a aceitação do estereotipado, ou seja, receber aquilo que é esperado de um negro, e a estranheza ao se deparar com atitudes não caricatas vindas de negros. 









O meu livro conta um pouco da origem dessas palavras, o que se confunde um pouco com a palavra Fuck usada no filme para dar título ao livro que gera toda a controvérsia explorada no roteiro e como o racismo sistêmico foi sistematicamente marginalizando a cultura negra e endeusando tudo que vem de pessoas brancas.







Criando a noção universal de que o homem branco é a luz, o bom e o belo. Já o homem negro, juntamente com a sua cultura, representa as trevas, o nocivo e o feio. Tudo isso sendo ainda um resquício da pseudo-ciência eugênica do século XIX. Assim, uma Ficção Americana é um exercício de reflexão sobre a postura passiva do negro em relação ao que é imposto por uma cultura branca mundial.












 E como até o próprio negro se vê impelido a responder de forma caricata às expectativas dessa cultura branca para se sentir pertencente a essa sociedade onde o que é esperado dele é mais importante do que o que ele realmente é enquanto pessoa, enquanto ser social e producente para a sociedade e pertencente a uma humanidade que deveria privilegiar o indivíduo enquanto ser pensante e produtivo, mas prefere reproduzir padrões de uma sociedade racista e dividida por castas escondidas no subconsciente de todo ser humano.


assista o vídeo completo aqui.

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