terça-feira, 5 de julho de 2011

POEMAS DO CUPIM




Efeito Cósmico



A alegria e a tristeza se misturaram num por quê

Na incerteza de dizer que no fim do “há de existir” um começo

Mas é a noite do porvir, que se inicia sem querer


Saber que a verdade é uma pedra no caminho

E que a ilusão é destino de quem é só

E sozinho segue estrada da ribalta fictícia

Do amor alheio às idiossincrasias da malicia

Que indubitavelmente transformará tudo em pó.

Segue a alegria e a tristeza nesse embate

Sem pena nem pedidos de desculpas


Um leão guardando sua casa

Vermes mudando a trajetória de cometasna montanha

Ossos de mamutes presos na garganta

Pequenas dúvidas do tamanho de estrelas.

Fugir do sol e se esconder de sua própria sombra

Nas geleiras fantasiosas das riquezas do presente

Não os salvará dos ca

çados implacáveis do passado

Que lhe espreitam num instante perpétuo do futuro

Na imensidão capsular de uma lembrança

Instantânea motivação cósmica

Mãe das mais básicas emoções humanas

Sobreviver, reproduzir e morrer.


Vestígios dos primórdios da Memória

Guardados nas profundezas da necessidade

Vivendo dos restos de sua vergonha

Cabendo nas carniças degradas de suas magoas

Provas da traição dos verdadeiros heróis.





O dilema continua, ser alegre, manso e sem causa

Ser triste, solitário, verdadeiro, mas com alma


Nada é impossível ao ser humano

Nunca saia de casa sem a capacidade inata de olhar

Ver as medidas insulares da distância

Mensuráveis em pequenos fragmentos de café

Divididos em estrutura, processos e momentos

Cabíveis nas mudanças variáveis do ciclo lunar

Experiência extracorpórea de nascer

Só explicável pela razão inexpugnável

Contida nas muralhas rentetoras de sua própria fé.


A tristeza e alegria lutaram sem cessar

Na curta vida das palavras, para tentar explicar

Que o momento não existe no futuro

o passado vivido passou e ficou para trás

O presente, esse sim, é moldável e vive a morrer lentamente

Nos desperdícios de não tentar viver o que é possível

Escolhendo as certezas que não voltam mais.


São João de Meriti, RJ, 03 de julho de 2011.

Valdemir Costa

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